top of page

                                A CIDADE E SUAS MANIFESTAÇÕES CULTURAIS

    

 

       A história do Brasil nos anos sessenta do século passado foi marcada por intensas rupturas, que não só alteraram a dinâmica de sua política, economia e cultura, como acabaram por colocar em questão a própria noção de sua identidade nacional.​ As transformações que ocorreram naquele período foram responsáveis pela crise das linguagens que até então haviam sido suficientes para explicar a realidade em que os brasileiros viviam. E não era para menos, afinal, a realidade vivida pelos sujeitos na década de sessenta, sobretudo em detrimento da revolução tecnológica do período, foi desconcertantemente desfigurada e isso aconteceu não só no Brasil, mas em praticamente todo o mundo ocidental. Os velhos conceitos existentes e que sempre garantiam um lugar privilegiado aos “adultos” na hierarquia entre as gerações, já não explicavam com tanta eficiência essa nova configuração da realidade emergente, o que justifica, em grande medida, o protagonismo juvenil que emergiu vigorosamente naquela década.

       Como consequência, surgiu a Tropicália, um conceito complexo em torno do qual foi possível reunir o trabalho e a genialidade de gente como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Torquato Neto e Tom Zé. O “movimento tropicalista”, assim designado, foi  eminentemente urbano e desde os anos sessenta vem estimulando pesquisadores das diferentes ciências humanas a pensarem o papel das no quadro geral da cultura e identidade brasileira. Para isso, foi preciso que, em sua época, ele afrontasse regionalismos e nacionalismos que conferiam vigor apenas às ditas “cultura populares” na busca por uma pretensa identidade nacional unificada.

    Assim, considerando os cinquenta anos do movimento tropicalista e a importância dos movimentos culturais urbanos que, desde a Semana de Arte Moderna, dos anos de 1920, azeitam as reflexões sobre o que seria o Brasil e o brasileiro, o IV Encontro Piauiense de História Cultural – IV EPIHCU propõe, neste ano de 2017, uma reflexão sobre o tema “A cidade e seus movimentos culturais”.

    O evento, que terá uma carga-horária de 50 horas, contará com a participação de conferencistas reconhecidos nacionalmente. Nossa maior expectativa, neste sentido, é repetir as bem-sucedidas experiências das três edições anteriores, quando o EPIHCU proporcionou um intercâmbio rico para alunos e professores não apenas de Parnaíba, mas de todo o estado do Piauí e cidades vizinhas, do Ceará e Maranhão, nos anos de 2009, 2010 e 2013, trabalhando respectivamente com os temas História e literatura: entre a arte e a ciência, A história dos excluídos e Gênero, política e identidade.

bottom of page